Martin Heidegger (1889-1976) foi um filósofo alemão, está entre os mais importantes e influentes do século XX. Foi professor na Universidade de Freiburg (1916), onde estudou com Edmund Husserl. Em 1923, foi nomeado professor-titular na Universidade de Marburgo e sucedeu a Husserl na cátedra de filosofia em Freiburg (1928), chegando a reitor da universidade por um breve período.
A obra mais marcante de Heidegger é Ser e tempo (1927), na qual se afasta da fenomenologia de seu mestre Husserl e inicia seu caminho de reflexão sobre o sentido do ser e a análise da existência humana. Ele busca recuperar a importância fundamental da questão do ser, que na tradição do pensamento moderno deu lugar à problemática do conhecimento e da ciência.
Segundo Heidegger, a existência só pode ser compreendida a partir da análise do Dasein ("ser-aí"), que se abre à compreensão do ser.
"A ciência não pensa."
(em 'Que significa pensar?')
"Só há mundo onde há linguagem."
"A linguagem é a morada do ser."
"A essência do Dasein está em sua existência."
"Mundo jamais é, mas acontece como mundo."
"Aos desatentos, o simples parece uniforme."
"A poesia é a fundação do ser pela palavra."
"Devemos levantar novamente a questão do sentido do ser."
"Nunca chegamos aos pensamentos. São eles que vêm."
"Angústia é a consciência da morte como horizonte da vida."
"A angústia é a disposição fundamental que nos coloca diante do nada."
"O ser humano é um ente ontologicamente privilegiado porque em seu existir está em jogo o seu próprio ser."
(em 'Ser e tempo')
"Morrer não é um acontecimento; é um fenômeno a ser compreendido existencialmente."
"Todo homem nasce como muitos homens e morre de forma única."
"O senso-comum possui um olhar e uma escuta próprios, resistentes a tudo aquilo que o coloca em questão."
"A abertura é uma forma essencial do ser do Dasein. Só há verdade na medida e até onde o Dasein é."
"A essência do ente deve ser concebida, na medida em que dela se pode falar, a partir de sua existência."
"O que ouvimos ‘primeiro’ não são ruídos ou sons complexos, mas o vagão rangendo, a motocicleta."
"Nenhuma época soube tantas e tão diversas coisas do homem como a nossa. Mas em verdade, nunca se soube menos o que é o homem."
"O Dasein é em cada caso sua possibilidade... E por ser em cada caso o Dasein essencialmente sua possibilidade, pode este ente em seu ser escolher-se a si mesmo."
"Dou uma pequena pista para quem quer escutar: não se trata de ouvir uma serie de frases que enumeram algo; o que importa é acompanhar a marcha de um mostrar."
"Só o homem existe, enquanto modo característico de estar no mundo, ao passo que as coisas simplesmente são."
"O ente cuja análise é nossa incumbência somos nós mesmos. O ser deste ente é em cada caso meu. No ser deste ente comporta-se ele relativamente ao seu ser. Como ente deste ser é entregue à responsabilidade de seu peculiar ser. O ser é neste ente o que está sempre em jogo."
"Para que algo encontremos não precisamos, por acaso, já saber que existe? Realmente! Primeiramente e o mais das vezes o homem somente então é capaz de buscar se antecipou a presença do que busca."
"O projeto de possibilidades é, segundo sua essência, sempre mais rico que a posse que repousa naquele que projeta. Mas uma tal posse é própria do ser-aí, porque se encontra situado, como projetante, em meio ao ente. Com isso já estão subtraídas ao ser-aí certas outras possibilidades e isto simplesmente através de sua própria faticidade..."
"A finitude do Dasein como seu fundamento. O conteúdo desse título inclui o problema da finitude no homem como elemento decisivo para possibilitar a compreensão do ser..."
"Este enfrentamento do nada não é um intento casual e arbitrário de “pensar” o nada, mas um acontecer que está na base de todo encontrar-se no meio do ente-à-vista e que deve ser esclarecido, segundo sua possibilidade interna, por uma analítica ontológica fundamental do Dasein."
"Tal como o jovem campônio puxa seu trenó pesado pela encosta acima e o conduz, carregado até em cima de toros de faia, pela perigosa descida até sua casa, tal como o pastor, perdido em pensamentos e de passo vagaroso, sobe a encosta com seu rebanho, tal como o lavrador em sua choça termina as incontáveis telhas para seu telhado, meu trabalho é da mesma espécie."
"A estrutura do ser-no-mundo revela essa particularidade essencial do Dasein, a saber que ele se projeta um mundo, não depois e acessoriamente, mas de tal sorte que o projeto de mundo pertence ao ser do Dasein. Com esse projeto, o Dasein já sempre sai de si, ele existe (ex-sistere), ele é no mundo. É por essa razão que única há alguma coisa como esfera interna. Se reservamos o conceito de “existência” ao modo de ser do Dasein, é porque o ser-no-mundo pertence a esse ser..."
"Cada momento do tempo é nele mesmo expandido, mesmo se o alcance dessa expansão é variável. Esse alcance varia em função daquilo que de cada vez o “agora” fixa a data."