Frases de Clarice Lispector


Clarice Lispector (1920-1977) foi escritora, tradutora e jornalista nascida na Ucrânia e naturalizada no Brasil. É considerada uma das escritoras mais importantes do século XX, sua obra reproduz cenas cotidianas e questões psicológicas.

É sem dúvida uma das figuras mais importantes da literatura brasileira e do modernismo, tendo influenciado a nova geração de escritores brasileiros. Suas principais obras são: 'Laços de Família', 'A Paixão segunda G.H.', 'A Hora da Estrela' e 'Um Sopro de Vida'.

Pode-se perceber certa influência do existencialismo, de Jean-Paul Sartre, e das reflexões sobre gênero, de Simone de Beauvoir, em suas narrativas. A filosofia existencialista foi muito marcante para a geração de intelectuais da geração de Clarice.

Perder-se também é caminho.
A vida serve é para se morrer dela.
Eu tenho medos bobos e coragens absurdas.
Tenho meus limites. O primeiro deles é meu amor próprio.
Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.
Ela acreditava em anjos e, porque acreditava, eles existiam.
Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.
Um dia de cada vez, que é para não perder as boas surpresas da vida.
A única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais.
Ainda bem que existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas.
A vida é para quem é corajoso o suficiente para se arriscar e humilde o bastante para aprender.
Sei que não posso viver automaticamente: preciso de amparo e é do amparo do amor.
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!
Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós.
Fique de vez em quando só, senão você será submergido. Até o amor excessivo dos outros pode submergir uma pessoa.
O tempo corre, o tempo é curto: preciso me apressar, mas ao mesmo tempo viver como se esta minha vida fosse eterna.
Se você se sente infeliz agora, tome alguma providência agora, pois só na sequência dos agoras é que você existe.
Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar.
Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca.
Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
Se eu errar que seja por muito, por amar demais, por me entregar demais, por ter tentado ser feliz demais.
A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver.
Acho que devemos fazer coisa proibida – senão sufocamos. Mas sem sentimento de culpa e sim como aviso de que somos livres.
Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.
Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permanece apenas vago e sufocador.
É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.
Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.
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