Paulo Freire (1921-1997) foi um educador e filósofo brasileiro. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.
Sua proposta educativa parte do entendimento de que o educando apreende o mundo por meio de uma relação dialética com a realidade, contrariando a educação bancária, que é tecnicista e alienante. Em sua prática, o educando traça seu próprio o caminho, ao invés de seguir um caminho já delimitado.
Entre as influências filosóficas do pensamento de Paulo Freire estão o marxismo, o existencialismo e a fenomenologia.
"É decidindo que se aprende a decidir."
"Decidir é romper e, para isso, preciso correr o risco."
"Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes."
"Todo futuro é a criação que se faz pela transformação do presente."
"Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender."
"Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante."
"Pensar certo é não estarmos demasiado certos de nossas certezas."
"Ninguém nasce feito, é experimentando o mundo que nos fazemos."
"Toda realidade está submetida a possibilidade de nossa intervenção nela."
"Não é possível fazer uma reflexão sobre o que é a educação sem refletir sobre o próprio homem."
(em 'Educação e mudança')
"A educação tem caráter permanente. Não há seres educados e não educados. Estamos todos nos educando."
"Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção."
"Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão."
"É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de modo que num dado momento a tua fala seja a tua prática."
"Ninguém ignora tudo, ninguém sabe tudo, todos nós sabemos alguma coisa, todos nós ignoramos alguma coisa, por isso aprendemos sempre."
"A pessoa conscientizada tem uma compreensão diferente da história e de seu papel nela. Recusa a acomodar-se, mobiliza-se, organiza-se para mudar o mundo."
"Não podemos nos colocar na posição do superior que ensina um grupo de ignorantes, mas sim na posição humilde daquele que comunica um saber relativo a outros que possuem outro saber relativo."
(em 'Educação e mudança')
"Existir, humanamente, é pronunciar o mundo, é modificá-lo. O mundo pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos pronunciantes, exigindo deles novo pronunciar."
"A educação como prática da liberdade, ao contrário daquela que é prática da dominação, implica a negação do homem abstrato, isolado, solto, desligado do mundo, assim também a negação do mundo como uma realidade ausente dos homens."
"Uma das tarefas mais importantes da prática educativa-crítica é propiciar as condições em que os educandos em suas relações uns com os outros e todos com o professor ou a professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos."
(em 'Pedagogia da autonomia')
"O mundo pertence a todos, todos são sujeitos e cidadãos do mundo, participativos e responsáveis por ele. A história do mundo não está pronta, mas sendo escrita. A educação não pode ser repressora, deve haver um clima de aceitação incondicional, para que se possa quebrar medos e paradigmas anacrônicos, proporcionando um espaço de coletividade, com trocas sinceras e justas."
"O professor que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a sua linguagem, mais precisamente, a sua sintaxe e a sua prosódia; o professor que ironiza o aluno, que o minimiza, que manda que “ele se ponha em seu lugar” ao mais tênue sinal de sua rebeldia legítima, (...) transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência."
(em 'Pedagogia da autonomia')
"Como, porém, aprender a discutir e debater numa sociedade que não nos habitua a discutir, porque impõe? Ditamos idéias. Não trocamos idéias. Discursamos aulas. Não debatemos ou discutimos temas. Trabalhamos sobre o educando. Não trabalhamos com ele. Impomos-lhe uma ordem a que ele não adere, mas se acomoda. Não lhe propiciamos meios para o pensar autêntico, porque recebendo as fórmulas que lhe damos, simplesmente as guarda. Não as incorpora, porque a incorporação é o resultado da busca de algo, que exige, de quem o tenta, o esforço de recriação e de procura. Exige reinvenção."