Fundamentos da Psicoterapia Fenomenológico Existencial


Este artigo tem como intuito apresentar os embasamentos filosóficos e metodológicos da psicoterapia fenomenológico existencial: a filosofia existencialista e o método fenomenológico, destacando sua particularidade no modo de encarar a existência humana e de proceder o processo psicoterapêutico. O existencialismo oferece um olhar sobre a condição humana enquanto algo não definido, livre para fazer escolhas e em constante transformação, que se constitui em seu existir concreto por meio de sua experiência singular, imerso no mundo e na relação com as pessoas, espaços e consigo mesmo. O método fenomenológico oferece uma abertura para o entendimento das singularidades da existência em seus modos próprios de se manifestar, buscando compreender as distintas características e disposições de cada indivíduo, evitando pressuposições ou conceitos prévios sobre a pessoa, buscando captar o modo como se revela a cada encontro.

Autor: Bruno Carrasco
Palavras-chave: Psicoterapia, Existencialismo, Fenomenologia, Psicologia.


Introdução


O presente trabalho pretende oferecer uma breve revisão dos fundamentos filosóficos da psicoterapia fenomenológico existencial, expondo seus norteamentos teóricos, iniciando com a filosofia existencialista e seu entendimento sobre a existência humana, e o método fenomenológico, que indica atitudes para se aproximar da existência em seus distintos modos de ser e se expressar.

Existencialismo é uma filosofia contemporânea que compreende a existência em sua manifestação concreta, singular e afetiva, entendendo o ser humano como livre para fazer escolhas e responsável por elas, porém sempre aberto a novas possibilidades e escolhas. A fenomenologia se apresenta como um método para acessar a subjetividade e singularidades, do modo como cada um se apresenta, partindo da captação pré-reflexiva de mundo.

O intuito desta pesquisa é explorar os pressupostos filosóficos e o entendimento sobre as teorias que servem de embasamento para a prática da psicoterapia fenomenológico existencial. Pretende-se, portanto, responder algumas questões partindo do existencialismo e da fenomenologia sobre o entendimento de ser humano, e sobre o modo como proceder a análise da existência humana, de acordo com estas vertentes.

As psicoterapias fenomenológico existenciais dispõem uma maneira específica de olhar para a existência humana, entendendo esta como um processo e não enquanto algo fixo, mas sempre aberto à transformações, constantemente afetada pela relação com as outras pessoas e objetos, presente no mundo, aberta a novos entendimentos de mundo e de si mesmo. O método fenomenológico se coloca como um meio para acessar a subjetividade e a relação afetiva da pessoa com o mundo, com os outros e consigo mesma, se aproximando de seus modos de ser, de sua consciência de mundo e de si.

O trabalho se iniciará com a descrição dos fundamentos teóricos, filosóficos e conceituais da psicoterapia fenomenológico existencial, para depois apresentar a psicoterapia fenomenológico existencial. Deste modo, espera-se possibilitar uma introdução sobre esta vertente de psicoterapia, que por ser pouco conhecida, acaba sendo erroneamente confundida com a Abordagem Centrada na Pessoa, de Carl Rogers, a Gestalt-Terapia, de Fritz Perls, ou a Psicoterapia Existencial Humanista, de Rollo May.

Para a pesquisa foram utilizados alguns dos livros mais relevantes publicados sobre existencialismo e fenomenologia, juntamente com artigos sobre os temas abordados. Essa necessidade de voltar aos fundamentos é justamente com o intuito de oferecer um breve entendimento sobre as bases para que se possa compreender melhor a prática.


Este artigo aprovado como conclusão da Pós-graduação em Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, pela Faculdade Venda Nova do Imigrante, em abril de 2020.

Escrito por Bruno Carrasco, fenomenólogo existencial, escritor e professor, autor dos livros 'Existencialismo e Psicologia' e 'Existencialismo e outros temas'. Graduado em Psicologia, licenciado em Filosofia e Pedagogia.
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